Warscapes – A arte e a guerra

Uma nova revista eletrônica promete [e já cumpre] muita coisa legal para quem se interessa pelo tema da guerra – tão ligado à África no último meio século. O trecho abaixo é nossa tradução do editorial da revista, que pode ser acessada em http://www.warscapes.com

Warscapes é uma revista online independente centrada nos conflitos atuais em todo o mundo.

Warscapes publica ficção, não-ficção, poesia, entrevistas, resenhas de livro e filmes, ensaios fotográficos e retrospectivas da literatura de guerra dos últimos cinquenta anos.

Warscapes é motivada pela necessidade de ir além do vazio da cultura dominante no que se refere à representação de pessoas e lugares vitimados pela violência da guerra, bem como pela missão de divulgar a literatura que produzem.

Além de apresentar grandes escritos de zonas dilaceradas pela guerra, a revista é uma ferramenta para a compreensão de crises políticas complexas em várias regiões e serve como uma alternativa à parcialidade vigente nas representações dessas questões.

Malangatana ‘Ngwenya, o Crocodilo’ em sua última travessia

O pintor moçambicano Malangatana é descrito por Isabel Noronha como um Ngwenya, que significa crocodilo na língua ronga. “Era assim que ele se apresentava. Era uma figura muito forte e protegia-se o suficiente para não ser atacado. Era profundamente sábio na sua maneira de ser e estar” diz a realizadora que produziu um documentário sobre a vida e as obras do pintor.

Malangatana Valente Ngwenya, o crocodilo, navegou por muitos mares, nasceu em Matalana, região próxima da capital Maputo. Viveu em Portugal nos anos 70, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Fez diversas exposições de suas pinturas, em Portugal e Moçambique e também na Alemanha, Áustria e Bulgária, Chile, Brasil, Angola e Cuba, Estados Unidos, Índia. Tem murais em Maputo e na Beira, na África do Sul e na Suazilândia, mas também em países como a Suécia ou a Colômbia.

Na madrugada do dia 05 de janeiro de 2011 fez sua última travessia. Agora está na outra margem do rio, talvez a nos observar imaginando pinturas coloridas e vibrantes.

Fontes: Instituto Camões , Buala Sapo